Está nascendo um novo tempo! É um tempo de
transição: de
conceitos, de pessoas, de tipos, de ideias, de pensamentos, de tribos, de
grupos... As pessoas estão em agrupamentos diversos, são retirantes, são imigrantes, são ricos, são pobres...
cada qual defendendo uma nova ‘logística’ de vida.
As pessoas não aprendem mais
nas escolas, as pessoas se solidarizam virtualmente, as pessoas falam, xingam,
deturpam... e de repente, do nada, de um rincão desconhecido
surge um ato heroico. Todos aplaudem! No outro dia uma catástrofe por (pôr) fogo estampa
as capas dos jornais (aqueles que ainda gastam papel com notícias de
sangue). E de repente uma eleição fraudada leva mais um desses humanos
inumanos ao poder e o povo idolatra, e o povo bate lata, panela, bate boca,
ergue bandeira, queima pneu, viaja.... Outros riem dos infernos alheios e não são capazes de
olhar nos seus próprios espelhos. Uns mentem, outros
sonham, outros escondem malas de dinheiro e se safam como se nada tivesse
acontecido.
As pessoas não se moralizam
pela religião! Alguns apenas aprendem as lições do chão, dos rios,
das borboletas, dos ets... Líderes mundiais criam muros, investem em
armas, outros ainda escrevem poemas e nada dispersa a multidão atrás de ilusões perdidas.
Abram as ‘ventanas’, enxerguem
para além da cartilha
dos macacos adestrados... A cegueira atrapalha, a ignorância lhe
presenteia e quem acolhe é esquecido como sempre. Tédio! Raízes! Lutas! Angústia! Ainda há tempo nesse
tempo transloucado, absurdo e sem cor. Vão surgir mais números binários e cada ser
vivo deste planeta viverá cúmplice do dinheiro, do lucro, do cansaço, do consumo,
do canibalismo invertido.
Em tempos alheios onde o ‘eu’ está desfigurado por
causa do ‘nós’ que é mais egoísta do que o próprio ego do eu,
não serve o ‘we’, o ‘wir’, o ‘noi’ nem o ‘nous’ porque são nada mais do
que crostas de impessoalidade. Talvez
nos sirva o ‘nosotros’ que por
etimologia liga o nós+os+outros. Mas isso é difícil demais para
pensar, dá nós em nós e assim
caminhamos como aqueles seres quadrúpedes com vendas que os impedem de
olhar as lateralidades, as alteridades de um mundo que não é plano, nem
quadrado, mas é redondo, um arco, sem começo nem fim... mas
tudo acaba!