A ORIGEM DO AMOR
Conta a lenda que os humanos
Eram seres bem complexos
Tinham num só corpo, unidos
Duas cabeças, dois sexos.
Quatro mãos e quatro pés
E rapidez assombrosa
Essa raça homens-mulheres
Era muito poderosa.
Semelhante a uma bola
Para frente e para trás
Como raios de uma roda,
Girava em saltos mortais.
Era uma raça invejosa,
De ambição desenfreada,
De aparência monstruosa
E de força ilimitada.
O seus sonhos de grandeza
Deste plano ir além:
Conquistar a natureza
E o firmamento também.
Planejava ao céu subir
E os deuses atacar,
Todo o poder assumir
E o planeta dominar.
Mas Júpter descobriu
O golpe desses velhacos
E na metade os partiu
Para torná-los mais fracos.
A partir desse momento
Para sempre os separou
E cada uma das partes
Em um ser se transformou.
Sendo ao meio dividida,
A raça se enfraqueceu.
E o dobro do sacrifício
Aos deuses ofereceu.
E hoje eles vivem soltos
Pelo mundo a procurar
A sua outra metade
Tão difícil de encontrar.
Buscando-se um ao outro
Com desmedida avidez,
Consumindo-se em desejo
De se encontrar outra vez.
Esse anseio, esse desejo
De achar, seja onde for,
E reunir os dois sexos,
É o que chamamos de amor.
(Lecticia Dansa e Salmo Dansa)
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