terça-feira, 14 de julho de 2015

segunda-feira, 6 de julho de 2015

O MARCENEIRO E POETA

O MARCENEIRO E O POETA

Certo dia um marceneiro e seu amigo, um admirável poeta foram fazer uma caminhada matinal e eis que, caminhando pela estrada resolveram adentrar à floresta, que, muito imponente fazia parte da ornamentação daquela estrada.
Eis que o marceneiro pô-se a falar:
___ Olhe que árvores perfeitas, com elas de minha posse poderia usar toda minha técnica de cortar, lixar, tornear, perfurar, laminar... e faria delas móveis para qualquer gosto.
O poeta depois de alguns instantes de silêncio, respondeu ao estimado amigo:
___ Eu as deixaria aí mesmo para simples contemplação, para ver a força do vento travar batalhas diárias com essas lindas árvores. Voltaria muito mais vezes aqui para escutar o canto dos pássaros que nelas fazem morada. Adentraria quantas vezes eu pudesse para sentir a brisa leve de suas sombras, além de sentir o cheiro que por vezes folhas e flores exalam. Além do mais traria comigo meus netos para ensinar-lhes essas mesmas coisas que acabo de lhe falar, e ainda mais, pedira a eles que plantassem mais árvores para que outras florestas, diferentes dessa, se formassem.

Eis aí a diferença entre a TÉCNICA e CONTEMPLAÇÃO!

(Ezildo Antunes/jul - 2015)